terça-feira, 15 de setembro de 2009

Com o passar do tempo tudo parece ficar cada vez mais interessante para mim e por íncrivel que pareça isso está se tornando um problema. Se tudo começar a parecer interessante eu não vou nunca conseguir focar em nada, e é preciso foco para fazer o dinheiro aparecer na minha conta. Minha mãe uma vez disse ao meu irmão “você precisa ser um pessoa interessada para ser alguém na vida”e ele completou “interessada ou interesseira né” eu achei o máximo. Mas é que eu com esse meu interesse tão puro e até meio bobo por tudo começo a achar que todos os assuntos se relacionam (seria o meu interesse por tudo minha passagem para a loucura?) e perceber que tudo está relacionado é motivante, mas também muito difícil de explicar...

Eu perguntei para a menina que trabalha comigo “você sente que você está cheia de idéias mas que não consegue arrumar um jeito de expressá-las de forma que você consiga trabalhar com isso?” escutei um grande suspiro misturado com uma risada seca e rápida “YES, I feel it like every day”. Se ela, que assim como eu é uma jardineira também sente isso, então esse sentimento é provavelmente mais comum do que eu imaginava...Se ele é comum entre duas jardineiras que dirá os artistas que convivem com a obrigação da expressão que por muitas vezes não devem saber como fazê-la.

Fica claro para mim que essa expressão precisa do tal do foco que eu disse lá em cima, talvez ela tenha que sair em partes na primeira vez...e é preciso pensar em como criar a nossa oportunidade de expressão. Isso porque obviamente nenhum de nós tem um tio rico que te garanta um emprego em sua multinacional (álias esse papo de multinacional nunca foi tão chato) e também não conhecemos nenhum editor de revista super interessado na gente e na nossa capacidade produtiva...

Quando eu começo a pensar em assuntos como esse, e tento me organizar e passo por um processo mental que vou tentar expor aqui (por que esse é o meu blog e é isso que eu faço aqui, me exponho).


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Entrevista mental organizacional com uma entrevistadora que mora no meu consciente:

- (entrevistadora) Se você pudesse trabalhar com qualquer coisa, o que você faria? (E que fique claro que você precisa do dinheiro vindo desse trabalho).

- (eu) Eu daria palestras.

- Palestras?

- É.

- Sobre?

- (pensa muito, pensa muito e diz) Como as coisas se relacionam...

- Hmm (teve que esperar muito a resposta e já está quase sem paciência de escutar)

- Mas eu sei que eu preciso ter algum crédito para começar a dar essas palestras..talvez eu tenha que escrever um livro primeiro e depois dar as palestras...sabe?

- (com um fio de atenção reconectado) ahh legal, um livro? Um livro sobre o quê?

- Bom o livro teria o mesmo assunto da palestra, que como eu já te disse seria sobre como as coisas estão relacionadas... (continue escutando, continue escutando) o aquecimento global por exemplo, (aiii não, eu não queria ter começado exatamente com esse assunto, merda será que ela escutou?)

- o que tem o aquecimento global? ( o rosto dela vira uma interrogação)

- (merda, ela escutou vou ter que falar) então, o aquecimento global...qual é o ponto de saber se ele existe mesmo ou não? A resposta serve para a economia, para a política, mas não para a gente, para o nosso dia-a-dia... o fato de que devemos respeitar o meio ambiente é verdadeiro com ou sem as precisas mensurações de quanto que as ações humanas estão interferindo no clima do planeta. A gente está interferindo no planeta somente pelo fato de estarmos aqui, não é preciso modelos estatísticos para isso ... e assim vai o desenrolar do assunto entende? É mais ou menos isso entrevistadora, eu quero pensar, abordar os mesmos velhos assuntos de sempre de outro jeito, do meu jeito, esse jeito que eu penso que faz a gente se sentir melhor, mais livre... e eu quero falar com gente, eu quero falar direto para as pessoas, eu quero falar de meio ambiente e vida, da forma como você enxerga e sente ele, e como a forma que você se sente faz diferença para o funcionamento do mundo. Eu não quero ter que ter opiniões que se encaixem em um modelo econômico ou em um discurso de um presidente. É por isso que, apesar de eu funcionar muito bem com prazos e chefes e tudo mais, eu acredito que eu tenha que criar a minha própria oportunidade, a oportunidade de falar. A oportunidade de desenvolver, de desenrolar.

- sabe menina, quando eu comecei a trabalhar me disseram: “você é jovem, bonita e inteligente... e você sabe que isso pode ser um problema para você aqui. Você tem que reunir suas qualidades, qualidades que combinem entre si. Você tem que achá-las para não ir se perdendo mais e mais.

- pois é, tem isso também...a gente pode tentar tão arduamente para no fim acabar conseguindo... e conseguido não saber mais como lidar com as pessoas que sobraram do seu lado.

- é...... você pode conseguir o grande objetivo da sua mente, mas não vai ser do jeito que você imagina quando você chegar lá. Por mais que a gente imagine nunca é.

- e se a gente ao invés de opiniões tão polêmicas se atesse somente aos pequenos detalhes, se a gente passasse pequenas histórias pela frente...

- que tipo de histórias?

- ah tipo histórias de amor, que todo mundo vezemquando procura ler, ou mesmo de famílias, a minha tem cada história que é uma loucura...histórias do mundo, de jeitos... sei lá eu estou morando com uma menina que está em pleno ramadã, eu trabalho com outra que se você fizesse a ela essa mesma pergunta que você me fez a: “se você pudesse trabalhar com qualquer coisa o que você faria?”ela responderia : “eu gostaria de embrulhar presentes”. Sabe esses detalhes sobre as pessoas que se eu tivesse a oportunidade de fazer um filme alternativo eles por si só já seriam uma expressão?...uma raquete elétrica de matar mosquitos.

- é isso pode funcionar...eu te vejo fazendo isso, eu te vejo o tempo todo observando esse tipo de coisa.

- pois é, mas daí seria bom fazer um curso de escritura, não?

- talvez...é seria uma boa.

- mas eu já tô enjoada de curso sabe? Me formando agora..seis anos de faculdade que meu pai do céu não sei como já acabaram... e outra, não quero ser daquelas pessoas que emendam um curso no outro e acabam nunca aplicando nada que aprenderam sabe?

- é eu acho que você está corretíssima em pensar assim.

- Então talvez seja a hora de marcar as entrevistas com as “pessoas importantes”, enviar os e-mails, sentar a bunda e escrever as propostas...

- é talvez seja a hora do trabalho intelectual...

- é talvez seja, alguma ajuda?

- se for impossível arranjar o foco vá pelo caminho do surrealismo.

- ou da vida como ela é.


E vem sendo assim, sem nenhuma conclusão salvadora.

Um comentário:

Bruno Henrique Finger disse...

O carolzinha sabe o que vc colocou no texto é verdade, quero fazer o que gosto e ganhar a vida com isso, mas caramba, eu imagino e vai indo e acaba não sendo o que eu pensei e daí falo nossa será que é por aqui ou por ali.
Percebi Carol que eu penso demais, nossa o pensamento do Brunão vai tão longe que começa a dar dor de cabeça em mim, acredita?! Não sei se j[a aconteceu contigo isso...mas comigo, aconteceu HOJE ! hahahaha

Querida conversei com meu conselheiro e com meu orientador, e eles me falaram da necessidade de agir mais, aproveitar a realidade. E isso tenho feito !

Tem até alguns exercícios para isso, nada esotérico e sim muito REAL ! hahaha
se quiser estou as ordens... mas não espere algo LOUCO porque loucura aqui minha querida, sobra.....