segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Carolina em português

“Eu sou um caboco feliz
Se eu nascesse de novo, queria ser o mesmo Mané Luiz
Se eu nascesse de novo e pudesse escolher
Mais do que eu sou eu não queira ser
Eu queria nascer na Fazenda Caiçara
Em Exu, Pernambuco, mesmo na divisinha com o Ceará
E por isso que eu costumo dizer
Que uma banda minha é pernambucana
E a outra é cearense
Quando eu ficasse taludinho assim
Eu queria comprar uma sanfona pra ajudar meu pai lá nos forró
Eu queria ser filho de Januário e Santana
Mais do que sou eu não queria ser não senhor”
Luiz Gonzaga



Eu não vejo a hora de falar, falar, falar... em português!

O mesmo bom e velho português para a família e para os amigos cheio de admirações, sapequice e saudade... para os namoricos um outro português será inventado, com energia suficiente para ser original. Também para os negócios e jogos e sorte quem sabe...depois dessa gravidez intercultural (somente uma referência aos nove meses), vou certamente falar um português diferente com a vida.

E que saudade de falar as palavras e suas derivações mais malucas e neoplásmicas (será que neoplásmicas existe?) como ao invés de dizer somente “bonito”, dizer : “olha que bonitito”, “que bonitoca”, “que bonituto” e todo mundo entender.

Aqui eu tenho ensinado palavras muito importantes do nosso vocabulário para os gringos, como: guarda-luvas, oi, fedidinha, conchinha, saudade (claro) e até mesmo frases elaboradas como “por que você está tão caído?” , e eu tenho que admitir... os americanos são umas gracinhas tentando falar português. As meninas da Indonésia pegam qualquer palavra no ato, isso por que a pronúncia do português e do “indonesiano” é bastante parecida, as nossas vogais são pronunciadas da mesma maneira “a-e-i-o-u”, não “ei-i-ai-ou-iu” dos americanos. Na verdade a Febri e a Putri são as únicas que me chamam de “Carolina”, com os americanos é tudo na base do “Carôulína” ou “Carôuláina”, mas mesmo com essa pronúncia americana esquisita do meu nome, aqui eu comecei a gostar muito mais dele. Quando eu me apresento muita gente diz “mas que nome mais bonito” e eu penso “graças as bonecas de milho da minha mãe” e ao meu pai que decidiu de última hora atender as vontades dela e não me nomear Camila. Cara, acho que eu odiaria ser Camila. E aqui nos States as Carolinas não são tão comuns quanto são no Brasil; No Brasil as Carolinas são a nova geração de Marias, quem nunca estudou com uma? Sendo mais raro, aqui meu nome passa a parecer mais bonito, e meus amigos me olham torto quando eu me apresento somente como Carol (ou Quérôl), eles falam que eu devo usar mais inteiramente desse nome bonito, e eu vou mesmo.

A Carolina que já foi: krolzinha, k’zinha, que esticou virou Carol, foi pra faculdade ficou entre Carol e PV agora volta do intercâmbio como Carolina mesmo. Na maior das derivações pode sair um “Carulina”, que é o sotaque mineiro que eu adoro.

E se eu nascesse de novo e pudesse escolher...mais do que sou não queria ser.

2 comentários:

Marina Guyot disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marina Guyot disse...

nova geração de marias: demais isso. minha irmã é carolina também. eu sou marina e na época que eu nasci, marina também era a nova geração de marias.
quem também já não estudou com uma marina?
e isso me deixa feliz. pois o comum tem diversidade. no comum mora alguma simplicidade, que me permite existir tranquila.
acho que começar a gostar do próprio nome é um sinal. evidência de um encontro bonito consigo. teve um momento em que eu passei a amar ser marina. como se aceitasse meu nome e com ele tudo que eu sou.
minha mãe também tinha outros planos para o meu nome: thais. mas quando ela me viu, disse: "essa menina não se chama thais. é marina." e eu adoro essa história.
fazia tempo que não passava por aqui. realmente o último mês foi inspirador, né mermo?
curti, carolina!