quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Iniciação Científica

Ela parece uma louca fazendo coisas pra sobreviver que ninguém entende como isso tudo irá assegurar sua sobrevivência. Ela joga as sementes mais bonitas que já vi num lugar que vai demorar meses pra chover. Ela é atraente, além de muito misteriosa. E tudo que eu posso saber desse mistério é muito pouco com essas metodologias que existem.
Quer dizer então que se eu passar um dia inteiro ao seu lado isso talvez não signifique nada? Nem se eu visse os passarinhos? Nem se uma semente caísse na minha cabeça? Por amor ela não me contaria o que está acontecendo?
Não.
Ela vai estar lá querendo ser misteriosa e eu aqui querendo ser respondida, ela muda árvore, eu curiosa ignorante. E eu nem acredito que ela seja tão boa assim, acho até que ela deva enganar os passarinhos. O que não a torna menos bonita... Seria como não acreditar em Deus por acreditar na teoria da evolução. Se a árvore que fica lá parada não tivesse um monte de mistérios quem mais poderia ter? Eu?Com esse monte de perguntas?
Eu não posso exigir que minha intimidade de pertencer ao mundo me responda como devo perguntar a ele o que quero saber. Na verdade, não sei nem o que é que me influencia a querer saber dessas coisas quanto mais querer saber o que influencia a bendita árvore a ser o que ela é. Óbvio que só vou conseguir responder a perguntas pequenas e chega a ser banal detectar que o que julgo interessante é o que me faria ser elogiada, uma necessidade um tanto tonta.
O problema é definir a pergunta pra vida... isso a poesia das entrelinhas de nossos anseios e páginas de livros de estatística já dizem há tempos.

Um comentário:

Marina Guyot disse...

aquela beleza que acusa a vista sempre que ela coloca mais vontade na imaginação. e talvez goste mesmo é mais das imperfeições. delicadez de momento gordo ao lado dela. poderia horas. e hoje posso: depois de despir medos vãos. corpos abraçados em movimentos antes bebados de desejo. um amor que já se faz claro como todo mistério limpo da natureza. como aquela árvore existir. e eu pensar ela. será que ela me pensa? eu, me penso também com que pessoas estarei lidando e tento prever o futuro quando o presente me fere as entranhas. canto. cantos.
me alivia a constatação de que poderei amar de novo ou que poderei nesse amor encontrar história longa. me cala a histeria de querer: agora.
a temperatura da mão dela e aquele silêncio que já decifro as entrelinhas. típica de mulher virgiana; enfrento mortes pelo amor.